sábado, 7 de agosto de 2010

11/08: Dia do estudante

Que tal distribuirmos uma mensagem pelo dia do estudante? Seria legal não somente lermos, mas espalharmos pelas salas.

sábado, 24 de julho de 2010

RECESSO ESCOLAR

O recesso escolar é um valioso período para o descanso de professores e de alunos da rotina. É impressionante perceber como alunos e professores ficam desgastados com essa convivência. Nem sempre se chegam a agressões físicas e verbais; todavia, percebe-se, nos últimos dias, um desejo evidente de descanso de ambas as partes.

Por outro lado, analiso o período de recesso como uma pausa para reflexão, um momento de replanejamento não somente de nossas próprias vidas, mas, principalmente, para nosso fazer de sala de aula. Tudo bem que pouca gente quer parar para pensar no trabalho agora, eu sei; mas, analisando tudo o que foi feito até agora, é preciso perceber o que foi bom e o que foi ruim porque AINDA DÁ TEMPO DE MUDAR O QUE ESTÁ ERRADO EM NOSSA PRÁTICA PEDAGÓGICA.

Não somos seres perfeitos, não é mesmo? Lembrando de nossas aulas, é possível perceber o que fizemos de bom e o que fizemos de ruim, o que estava dando certo e o que estava dando muito errado. Eu procurei ler alguns livros nesse período e isso me fez repensar um pouco do que eu poderia ter feito para tornar minhas aulas mais agradáveis e melhorar ainda mais meu relacionamento com meus alunos. Tudo bem que sempre há aquele grupo que não se interessa por nossas aulas, mas nem por isso eles deixam de ser nossos alunos: lidar com alunos difíceis faz parte do nosso desafio; eles podem não gostar da gente, mas eles são nossos alunos.

Por esses dias, num conselho de classe, uma professora deixou bem claro que os alunos da turma para a qual ela dava aula eram da escola, não dela. O que me fez pensar foi o seguinte: realmente, os alunos não são meus, seus, nossos ou seja lá o que for; contudo, eles estão sob nossa responsabilidade, e cabe a mim, como profissional formado que sou, colocar em prática todo o meu conhecimento adquirido para tornar esse aluno sob minha responsabilidade um cidadão. Se ele não se tornar ou se ele, por mais que eu tenha feito todo o meu esforço, ficar reprovado, tenho de ter a consciência tranquila de que eu fiz de tudo para que ele aprendesse. Não posso entrar em depressão porque um aluno não aprendeu a matéria; devo, sim, procurar outros meios para continuar trabalhando. Afinal, não lidamos com números nem máquinas; lidamos com seres humanos em formação.

domingo, 30 de maio de 2010

Fórum de Juventude e de Meio Ambiente

A escola que co-dirijo está em vias de participar do Fórum Municipal de Juventude e Meio Ambiente.

A fim de colaborar paraa devida organização e efetivar a participação, os representantes de turma foram convocados para levar a proposta à turma e o desafio de responder às seguintes perguntas:

A) Como melhorar o meio ambiente em Saracuruna?

B) Como melhorar a educação de nossa escola?

Ambas foram acompanhadas de outras duas perguntas: "Quem?" e "Como?". Afinal, a ideia é colocar em prática o que foi acordado para que a escola efetivamente a ponha em prática.

A grande finalidade do fórum é estimular o protagonismo juvenil. E, para colaborar com essa possibilidade, resolvi distribuir o seguinte texto, do professor Marcus de Mario, com uma árvore bordada de forma colorida e com um papel reciclado:

MEIO AMBIENTE, DEPENDE DE VOCÊ
Marcus de Mario

Lixo nos córregos e rios. Esgoto e resíduos industriais nas lagoas e mares. Gases tóxicos no ar.
Desmatamento das florestas. Comunidades sem espaço para o verte e o lazer. Esses quadros e tantos outros que desequilibram o meio ambiente nós conhecemos. Necessitamos agora trabalhar para reconstruir uma vida melhor para o ser humano e os animais.
...
Campanhas públicas podem ser realizadas bastando acionar a boa vontade.
Você já pensou no drama de não ter água potável para beber?
A responsabilidade pela conservação do meio ambiente, na verdade, é de todos nós. Se cada um educar seus filhos ou seus alunos nas concepções ecológicas do equilíbrio ambiental, o futuro será muito melhor.
Reciclagem, conservação, limpeza, plantio, despoluição devem fazer parte das nossas ações sociais a partir do lar, pois é na família onde tudo se inicia.
Isso nos lembra a importância da educação. Criança educada, consciente, será adulto equilibrado, que pensa não apenas em si mesmo, mas pensa também nos outros.
O meio ambiente está solicitando socorro. O homem está pedindo auxílio.
Não deixe para amanhã, inicie hoje mesmo pequenas medidas que podem melhorar o meio ambiente: coloque plantas em sua residência. Cuide do jardim de sua casa cultivando flores.
Recolha o lixo fazendo a coleta seletiva. Adote uma praça pública, tornando-se seu conservador voluntário.
Distribua textos sobre a importância do meio ambiente. Trabalhe em projetos ambientais junto às escolas e comunidades. Exerça sua cidadania junto ao poder público para plantio de árvores e construção de áreas verdes nas cidades. Denuncie a poluição sanitária e química.
Fazendo sua parte, os outros se sentirão incomodados e farão também, com o tempo, a parte deles.
Meio ambiente. Ele depende de você!


Abaixo, veja como ficou o cartaz.

sábado, 15 de maio de 2010

Família na Escola

No dia de hoje, pela manhã, ocorreu a primeira atividade do Projeto Família na Escola, trabalho do governo federal aplicado, na prática, pelas prefeituras.

O sonho de todo diretor de escola - que eu conheço - é estabelecer uma parceria efetiva e eficiente com os responsáveis dos alunos. Em comunidades carentes, como nas quais trabalho, há todos os tipos de deficiências de serviços públicos possíveis e imagináveis: água encanada, esgoto, iluminação pública, transporte público, habitação, emprego, saúde e, inclusive, escolas próximas à residência. Com tantos problemas, geralmente, a escola fica em último lugar.

Não é difícil perceber o quanto nós, profissionais da educação, costumamos viver longe dessa realidade, totalmente desestimulante aos nossos alunos. Se nossos alunos encontram-se desestimulados, imagine os pais deles.

Na minha pequeniníssima experiência como gestor, tenho procurado, sempre que possível, conversar pessoalmente com os pais sobre os filhos deles - especialmente aqueles que apresentam algum problema disciplinar. Não é difícil perceber que os problemas são graves: pais que não moram com os filhos, pais que trabalham a semana inteira e não têm tempo de ver os filhos, pais que não possuem escolaridade suficiente para acompanhar o desenvolvimento dos filhos etc. Lidar com os pais requer muita paciência e compreensão. Saber escutar, acima de tudo, para saber o que fazer.

Por outro lado, costuma ser complicado chamá-los para as reuniões - geralmente, os compromissos profissionais vêm à frente. Assim, o programa Família na Escola tende a aproximar a família desse universo aparentemente distante da vida deles, que é o universo escolar.

No dia de hoje, ocorreram uma palestra sobre DSTs e uma oficina de Fuxico. Aparentemente, os pais gostaram muito da iniciativa. Ainda está longe do maravilhoso mundo do nosso imaginário; contudo, aparentemente, é o primeiro passo.

Olimpíada de Língua Portuguesa

A Olimpíada de Língua Portuguesa é um instrumento criado pelo governo federal, conjuntamente com a Fundação Itaú Social, para estimular os alunos a se interessar pela disciplina, uma das mais odiadas entre os estudantes.

O foco básico dessa Olimpíada é nas sequências didáticas envolvendo leitura, interpretação, estruturas de texto e redação. Todo o material foi pedagogicamente bem pensado, levando-se em conta a progressão da dificuldade da matéria. Além disso, há a preocupação no sentido de levar o aluno a pensar no tipo de texto que ele deverá redigir ao final das oficinas.

Contudo, não podemos deixar de lado algumas situações críticas – é a terceira da qual participo. A primeira é a escolha do gênero textual. Poesia para 5º e 6º anos de escolaridade, Memórias para 7º e 8º anos são textos extremamente densos e fora de contexto para os alunos com que lido. Por mais que façamos esforço, os alunos não costumam se interessar muito pela leitura – e olha que já tentei até com teatro. Tenho feito o possível para seguir as diretrizes das sequências didáticas; contudo, realmente é um pouco complicado quando os alunos não colaboram.

Os textos costumam ser muito bem escolhidos como exemplo do tema que se quer trabalhar; todavia, os alunos não se interessam muito por esse tipo de leitura. A solução tem sido colocar os alunos em dupla e trabalhar com eles da melhor maneira possível. Aliás, aí está a questão: os textos vêm disponibilizados no site ou no CD-ROM para imprimir e copiar; eu tenho fotocopiadora numa escola e impressora laser em casa, mas fico pensando nos professores que não têm material como esse muito menos sabe trabalhar com informática. Nada que uma atualização resolva, mas esse tipo de trabalho requer tempo, dedicação, análise.

Por fim, o que mais me deixou um pouco incomodado – porém, vou levar o trabalho da forma mais profissional possível – foi a interrupção do meu planejamento anual. Nada que não pudesse ser contornado; porém, eu estava trabalhando com jornal e esperava, nesse segundo bimestre, culminar com alguns objetivos. Com minha experiência com a Olimpíada, os alunos levarão mais tempo do que o esperado para concluir as tarefas – quiçá levarão o bimestre inteiro para concluir as mais de 15 oficinas. E me restarão o terceiro e o quarto bimestres para recuperar o tempo investido em outro projeto, que não é o meu.

Toda ação pedagógica que auxilie a aprendizagem dos alunos deve ser levada em conta, analisada e aplicada na medida do possível; contudo, nem sempre estamos exatamente preparados para lidar com elas – especialmente quando não tivemos escolha. Enfim, esse misto de análise, desabafo e protesto é uma reflexão que me alimenta a continuar trabalhando como professor na esperança de conseguir alcançar meus objetivos com meus alunos: torná-los cidadão conscientes de seus direitos e deveres, respeitosos e com uma consciência linguística de acordo com o ano de escolaridade em que estão.

Quem quiser adquirir maiores informações sobre esse projeto basta clicar em http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/

Se você quiser ter acesso direto ao material, clique em http://escrevendo.cenpec.org.br/ecf/index.php?option=com_content&task=view&id=18008. Mesmo que você não concorde com as sequências didáticas ou outras características, garanto que vale a pena dar uma olhada e, se possível, utilizar esse material para enriquecer nossas aulas.

sábado, 8 de maio de 2010

Dependência ou Progressão Parcial: uma reflexão

Assumi, na minha escola de Teresópolis, o programa de dependência ou progressão parcial de português. Na rede municipal de Teresópolis, neste ano, o sistema ocorre por meio de aulas no contraturno, com dois tempo semanais, sendo doze encontros destinados a recuperar o tempo perdido para esses alunos.

A primeira coisa que me veio à mente foi o seguinte: como atrair esses alunos e desenvolver atividades que os estimulem ao aprendizado; além disso, as atividades precisariam ser criativas e, de certa forma, divertidas - afinal, são alunos com dificuldade de aprendizagem na disciplina. Não se trata de enganar; trata-se de se colocar na posição de aluno que ou não tem interesse pela matéria ou possui reais dificuldades de aprendizagem.

Minha atitude, primeiramente, parecia radical: resolvi desenvolver os materiais sem ficar muito preso a livros (no caso, são três materiais distintos, envolvendo sexto, sétimo e oitavo anos), procurando dar bastante ênfase à interpretação de texto, além de noções e exercícios básicos e trabalhos de produção textual.

Os alunos foram dividos em dois grupos: uma turma de alunos com dependência no sexto ano e outra com alunos com dependência no sétimo e no oitavo anos.

Na primeira aula, apresentei o conteúdo programático e algumas frases para estimular a participação. No geral, os alunos fogem das aulas de dependência porque precisam trabalhar ou por não ligarem para a situação - o que os prejudicará futuramente. De qualquer forma, os alunos com dependência no sétimo e no oitavo ano têm comparecido normalmente; os alunos com dependência no sexto ano, contudo, aparecem esporadicamente - sendo que pelo menos a metade nunca apareceu, mesmo com minha insistência em ir às salas chamá-los para a participação.

Como as aulas de dependência deixa o professor mais próximos dos alunos, tenho conseguido ter um olhar mais próximo deles. E tal fato é reforçado com o material, que exige trabalho individuais. Quando reviso o trabalho feito pelos alunos, parece um diálogo pedagógico escrito.

Não espero fazer milagres nesses âmbito; espero apenas fazer o meu trabalho. E, assim que posspivel, pretendo publicar alguns desses exercícios aqui no blog.

Abraços virtuais e muita paz!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Vida de diretor: Problemas de última hora

Alguns dias são muito loucos. Outros, contudo, superam todas as expectativas.

Trabalho numa escola que funciona de 7h30min às 22h, com turmas que começam com a Educação Infantil e terminam no 9o ano de escolaridade. E é justamente do 6o ao 9o anos que a disciplina é mais difícil.

No dia de hoje, enfrentamos diversos problemas, como falta de professor, falta de funcionário e confusões entre alunos. Uma vez ou outra é normal, mas tudo junto é uma loucura. Tudo acabou bem, mas, deixou-me acabado... heheheheh

De qualquer forma, o que mais me impressionou foi a resistência dos adolescentes a uma atitude absolutamente banal: entrar na fila para subir para a sala. Tive que bater pé firme e ir de turma em turma para que tudo acontecesse conforme eu gostaria. Tive que ser bastante incisivo.

Não gosto muito de tomar atitudes como essa, apesar de ser algo essencial. Afinal, os alunos vão passar por situações em que a obediência às regras será imprescindível, e nada mais natural do que começar pela escola a trabalhar essa questão. Logo, pensando nisso, antes do final das aulas, passei em todas as salas para conversar com eles sobre o fato. Infelizmente, precisei "pegar pesado", pois todos os professores e dirigentes são funcionários públicos: alertei que não precisaríamos nos estressar tanto, pois nosso dinheiro estaria garantido, mesmo que não trabalhássemos adequadamente. Foi uma forma de alertá-los para o seguinte fato: quando o aluno comete algum ato de indisciplina, o prejudicado é ele mesmo. Quando o professor perde tempo para trabalhar algo em sala de aula por causa da indisciplina dos alunos, o prejudicado é o próprio aluno.

Não é fácil lidar com vários professores e com várias abordagens de ensino/aprendizagem; contudo, o aluno precisará lidar com essas diferenças. Todos nós temos de conviver com a diversidade, e isso perpassa pela realidade da escola.

Abraços virtuais e muita paz!